Sempre perdemos com comparações
Parece que o ser humano precisa
fazer comparações para encontrar soluções e desvendar valores. Mas será que
precisamos ficar comparando as pessoas ao nosso redor e também nos comparamos
aos outros para encontrarmos o que procuramos? Será que ao compararmos, estamos
sendo razoáveis ou apenas avaliando os pontos negativos do que é observado?
Temos como fugir de comparações?
Comparações existem o tempo todo
ao nosso redor: pais comparam as características de seus filhos, professores
fazem uma média de notas da turma, os parceiros distinguem os seus amores
atuais dos anteriores fazendo comparações e tudo isso porque toda comparação é
acompanhada de uma expectativa sobre o é comparado.
O que seria essa expectativa?
Qualquer ideia em torno do relacionamento, sobre como o outro “deveria” se
posicionar e até mesmo pensar? Quando acreditamos em moldes préestabelecidos,
nos enrijecemos a tal ponto que criamos à nossa volta expectativas que o mundo
precisa preencher, ou seja, colocamos todos ao nosso redor e até nós mesmos
cobertos de tarefas a serem exercidas para que nós possamos ser felizes.
Quando nos colocamos nesta
posição, criamos uma grande teia de vaidades que causa o sofrimento de estarmos
presos ao ato de preencher expectativas e assim, ficamos imersos em um ambiente
de tensão, de tédio e de grande insatisfação com tudo e com todos, nada nunca
nos agrada, sempre há defeitos, erros, algo para ser consertado e administrado
só por nós porque nem mesmo acreditamos na capacidade dos outros de fazerem o
que é certo e até mesmo podemos começar a acreditar que somos os “donos da
razão” ou o “centro da sabedoria universal”.
Tudo isso estraga os nossos relacionamentos
porque incomodamos muito quando transmitimos a mensagem a alguém de que ela é
uma pessoa incapaz e vazia de algo que “deveria ter”. Você entende como podemos
fazer mal a uma pessoa achando que estamos fazendo o bem? Como podemos
acreditar que realmente somos capazes de “melhorar” alguém?
Geralmente, quem acha que pode
fazer dos outros o seu brinquedo de moldar está cheio de expectativas não
preenchíveis sobre si mesmo e espelha essa frustração no outro apontando os
“defeitos” do outro e afirmando que o outro não é bom suficiente. Os outros
para esse tipo de pessoa podem ser apenas uma fuga do seu principal problema –
si mesmo e suas idealizações do que é ser perfeito.
Quem sofre com esse comportamento
pode ser pessoas que querem sempre estar no poder, porque se acham a responsáveis
pela ordem e pela melhoria dos lugares onde estão. Sobre o lado emocional
dessas pessoas, é possível perceber o quanto elas vivem na completa
insatisfação consigo mesmas e espalhando isso ao seu redor, querendo sempre
detectar e apontar os “erros” alheios.
Os que estão ao seu redor sofrem
e muito por terem a sua individualidade anulada e serem vistos como alguém
comprometido por ter erros em seu comportamento. Se eles não tiverem uma
personalidade forte para aceitar o que o outro impõe, podem se deixar levar
pela manipulação alheia em prol de algum benefício, mas sempre se sentirão
inferiores aos modelos estabelecidos como perfeitos.
Viver em sociedade é saber que
seremos comparados? Com toda certeza a resposta é sim, infelizmente podemos
sofrer com as comparações ou não darmos importância a isso. Mas, aprender a ver
e a aceitar o lado bom de cada indivíduo, entender que cada um de nós tem uma maneira
de agir e de pensar e expandir nossa flexibilidade sem perder a nossa maneira
própria de ser pode ser muito mais prazeroso do que correr atrás de uma perfeição
que não existe.
Também é importante entender que
haverá sempre pessoas querendo extrair de nós o nosso diferencial para nos
colocarmos dentro do “padrão de qualidade ideal” e o importante é nos
descobrirmos como únicos e verdadeiros, dotados de qualidades que merecem ser
respeitadas por serem originais.
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