Por que as pessoas mentem?

Claro que há as mentirinhas bobas que usamos para nos desculpar de algo, pois é isso na cultura brasileira parece que é a atitude mais normal e cabível, mas de fato só cria um estereotipo feio e bastante negativo sobre nossa maneira de se relacionar com os outros.

Para resumir a situação, quem é sincero acaba levando a fama de grosseiro e quem mente, de educado e fino. Não seria isso uma inversão de valores?

Eu costumo afirmar que gosto de pessoas curtas e grossas, pois realmente são as mais sinceras, são aquelas pessoas em quem podemos confiar porque elas usam da verdade, mesmo que de forma frívola para exprimir suas opiniões e quem são de fato. Já as pessoas mais, digamos, finas, escondem-se através de palavras lindas, de várias maneiras diferentes de dizer “não” para passarem a imagem de que são “rafinées”.

Se analisarmos as nossas relações e percebemos quantas vezes vivemos cercados de mentiras, nossas relações não parecem mais falsas do que verdadeiras? Será que a verdade é tão dura que ninguém é capaz de viver com ela estampada? Será que precisamos usar de eufemismos para dizer que alguém morreu, que eu não gosto de você, que tal coisa vai ser muito difícil de ser feita por você?

A verdade choca? Então, a mentira tranqüiliza e ameniza as dores e conflitos? Hum... E quando descobrimos que fomos enganados, o que sentimos dentro de nós? Eufemismos à parte, ficamos irritados mesmo, decepcionados, pois mais uma vez fomos enganados no rol das inverdades... Em suma, isso é bom ou ruim de se vivenciar?

Lembro-me da minha infância que eu ouvia “mentir é muito feio” e continuo acreditando nisso, só que cresci e observei o quanto as pessoas se sentem mais confortáveis ao lado de bons mentirosos e ainda acham que há arte em mentir, que isso é uma técnica que nem todo mundo sabe fazer muito bem. Mas mesmo os que sabem, nunca se esqueçam que “as máscaras sempre caem”, basta sabermos o que queremos fazer com elas, não é verdade?

Será que vivemos tanto tempo para ficar mentindo ou buscamos ser o que não somos de verdade? A maioria dos casos de pessoas perdidas são justamente aquelas que se escondem atrás de mentiras, de tentativas de omissão de fatos para satisfazer um prazer momentâneo e isso só se transforma numa prova do quão falsas estão sendo, de quão desmerecedoras do melhor elas estão se colocando. As consequências disso? Sempre são pessoas se colocando no papel de vítima, reclamando de quanto há ingratidão, de quanto há pessoas más no mundo e o quanto elas se esforçam para receber o bem e esse bem nunca chega, ou se chega, vai embora na velocidade da luz.

Vamos encarar os fatos de frente? Vamos entender que isso aqui não é um rascunho, que o outro não é um boneco nas nossas mãos para que possamos fazer o que queremos com ele e, o mais importante, vamos entender que recebemos tudo aquilo que damos? Então, a sinceridade pode ficar acima de tudo para se sentir bem com você mesmo e com os outros? Ou alguém ainda quer continuar buscando viver de aparências e enganações – a maior vítima só pode ser você mesmo!

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