Aceitando as nossas curvas

Primeiramente, eu pensei em escrever um artigo sobre obesidade e compulsões alimentares, mas pensei melhor e pude observar que há uma paridade entre a quantidade de pessoas que querem emagrecer e os outros transtornos alimentares.

Certamente, chama-nos muito mais a atenção por uma questão da estética da atualidade ver uma pessoa obesa, mas as pessoas magras demais também não nos aponta outro tipo de desequilíbrio?

Tudo isso está associado a uma relação emocional e psicológica, sem dúvida alguma – pessoas que estão acima do peso, estão passando por momentos de busca de seu espaço, de reconhecimento e também podem estar sentindo necessidade de proteção, enquanto pessoas muito magras tendem a guardar muita raiva dentro de si e apresentam um extremismo na tentativa de encontrar a perfeição em alguma área de sua vida, privando-se do prazer de vivenciar suas experiências.

Não podemos nos esquecer de que todos nós temos que ter uma quantidade de gordura no corpo para que nosso organismo funcione normalmente, mas aquelas gordurinhas localizadas ninguém gosta de ter, não é verdade? Mesmo assim, não temos que achar um caminho do meio entre o que é saudável fazer para termos um corpo esteticamente bonito ou artificialmente produzido?

Vários fatores podem levar uma pessoa a ter um desequilíbrio na balança, como fatores genéticos, falta de exercícios físicos e alimentação indevida, mas não podemos nos esquecer do fator psicológico? Eu, por exemplo, durante meu mestrado, fui de 57 quilos a mais de 80 (claro que parei de me pesar quando descobri que estava na faixa dos 80 quilos). Neste momento de minha vida, eu estava tão preocupada com minha imagem social, com a maneira como os outros iam interpretar meu trabalho que acabei somatizando tudo num ganho absurdamente rápido de peso.

Mesmo depois de ter concluído o mestrado, meu corpo ainda ficou por um tempo na inércia do período vivenciado por mim anteriormente e, felizmente, consegui equilibrar e manter meu estilo de vida com alimentação adequada e exercícios regulares.

Muitas vezes, as pessoas com transtornos alimentares, tais como a anorexia, a bulimia e a obesidade buscam inúmeras maneiras de se livrar de seu problema que estão associados ao controle de seu peso de uma maneira incoerente consigo mesmo, através de uma rigidez ou abusos causados por compulsões alimentares e vivem num efeito sanfona que só piora a estética de seu corpo, pois ele demonstra o quanto é maltratado através da pele flácida, grandes olheiras, baixa imunidade, entre outros sintomas.

Claro que a quantidade de gordura extra chama muita atenção, mas é perceptível a quantidade de pessoas que buscam a magreza através de um desrespeito consigo mesmas, que só pode afetar a sua própria saúde.

É preciso entender que nosso corpo não se alimenta milagrosamente, ele é apenas um espelho do que colocamos dentro dele. Então, vamos começar a olhá-lo com mais respeito, carinho e zelo, entendendo que ele é a nossa morada, é a nossa máquina que pode nos levar onde queremos?

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