Traumas de amores

Parece estranho, mas amores causam traumas. Na verdade, maneiras de amar que são as causadoras de tanto sofrimento, como não saber o limite entre o que lhe faz bem e o que lhe causa sofrimento numa relação. Não ter uma clara visão desses limites pode acarretar em grandes frustrações e desespero numa tentativa de receber o que foi dado por quem não sabe ainda a sua própria dosagem na troca de carinho e atenção do parceiro.
Entregar-se ao amor parece atitude fácil, mas quando guardamos em nós uma sensação ruim de um relacionamento passado, que não conseguimos compreender seus processos, isto pode criar visões distorcidas do que é ter um relacionamento saudável e como agir para manter um relacionamento estável.
Geralmente, pessoas que passaram por uma grande decepção amorosa vinda de uma traição mal compreendida aderem uma postura mais frívola, mais distante do novo parceiro e não buscam se comprometer e ver o relacionamento como algo positivo que está sendo construído.
Outras pessoas já reagem de maneira mais amedrontada, se sentem completamente estáticas e buscam fugir a qualquer preço da possibilidade de se relacionar profundamente com alguém que se assemelhe ao seu padrão do que um dia lhe pareceu satisfatório, mas causou mágoas ainda não sanadas.
Viver em torno de nossos traumas de relacionamento nos faz criar um redemoinho de relações cada vez mais conturbadas, mais difíceis de serem compreendidas, até porque o que queremos quando estamos vivenciando este tipo de relação é, de fato, nos cegar para o que está acontecendo dentro de nós e transferir para o outro a culpa por não estarmos vivendo um relacionamento agradável.
Como tentamos nos iludir fugindo dos assuntos traumáticos de nossas vidas... Como fazemos de nossa vida um grande circo para tentar rir do que nos fez e ainda nos faz sofrer... Podemos tentar enganar os outros, mas e a nos mesmos é possível?
Olhar para dentro da ferida buscando cicatrizá-la é mais dolorido do que tentar escapar de milhares de maneiras diferentes do que é refletir realmente sobre o que se passou? Será que não podemos deixar um pouco o papel de vítima e assumir o poder de nossas vidas para amadurecermos com o que se passou e ainda se passa dentro de nós?
Há pessoas que acham que podem passar sua vida inteira pulando de relação em relação, sem laços afetivos muito profundos, como se relacionamento pudesse ser vivido como se ele fosse nada muito sério, vendo o outro como algo passageiro e descartando o prazer de compartilhar a vida a dois.
Essas pessoas vivem num vazio, numa perda desnecessária de energia, de desgaste de palavras tentando sabotar a sua própria verdade, trilhando caminhos de perda de sentido – isso mesmo, uma tentativa de deixar de sentir o sentimento.
Agir como se amar fosse um risco para a saúde pode ser mais arriscado e mais complicado do que saborear um amor de entrega, de prazer de ter ao seu lado quem lhe quer realmente bem, quem quer realmente compartilhar com você uma vida.
Afinal das contas, quem disse que ter medo nos protege de alguma coisa? Quem nunca se sentiu completamente amando alguém, encantado, apaixonado, fascinado por algo na pessoa que reluz, mesmo que estejamos longe dela? E a saudade que dá de quem nós queremos ao nosso lado? Podemos tentar fingir, disfarçar, mas quando amamos, não há nada melhor do que espalhar esse sentimento em nossas vidas e, principalmente com a pessoa amada.
Amar não é lutar contra nada, é se entregar plenamente ao sentimento e se permitir aprender com ele - Pode ser mais simples do que você imagina. 

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